Características do Voluntário
Tomamos as características da
Carta Européia para os Voluntários e da Declaração Universal sobre
Voluntariado aprovadas no Congresso Mundial de Paris, de 1990: A gratuidade, pois é a doação de si mesmo e a consciência de ser para os demais aquilo que sustenta sua concepção de vida. A continuidade, já que não se podem criar necessidades naquelas pessoas que não estão dispostas a seguir ajudando. A preferência vocacional do voluntário, já que cada um faz melhor aquilo de que gosta e o que está mais preparado. A responsabilidade pessoal apoiada pela equipe que desenvolve o projeto da organização com a qual trabalha. O conhecimento, respeito e valorização das diferentes pessoas ou povos que podem se encontrar na realização de sua tarefa. Daí, que nada esteja mais longe de um autêntico voluntariado social que: A intrusão, já que o voluntário não invade o terreno profissional, mas sim colabora com os técnicos nas tarefas que não poderiam ser levadas a cabo, posto que se trata de um modo de atuar que não se encontra no mercado laboral. A militância, por mais digna e respeitável que seja a ideologia ou crença que a forma, já seja política, religiosa ou cultural; ainda que cada um tenha suas opções pessoais, não tem direito a impô-las na sua atividade como voluntário social. O diletantismo dos que se aproximam por veleidade ou por capricho e servem-se dos demais como se fossem objetos de sua curiosidade ou para experimentação: é preciso um compromisso sério e formal para cumprir funções e tarefas concretas dentro de projetos previamente programados em comum. O assistencialismo, porque o voluntário quer desenvolver nas pessoas e nos grupos, capacidades pessoais que os leve à autonomia e não à dependência. Ainda que reconheçamos em muitas ações voluntárias um componente assistencial que palia as necessidades urgentes e prepara uma atuação mais prolongada que propicie a autonomia do sujeito. Nem a compaixão nem a esmola, por mais valiosas e excelsas que estas sejam em si mesmas, já que superam a relação de alteridade para inserir-se na mais profunda reciprocidade. O voluntarismo, já que o voluntariado sabe assumir seus limites e não confunde a realidade com as boas intenções; há que deixar bem claro que na organização do trabalho voluntário há que desenhar programas realistas e factíveis, pois de outra forma se fomentam a desilusão e desesperança. |
José Carlos Gª Fajardo
Este artículo fue publicado en el Centro de Colaboraciones Solidarias (CCS) el 31/01/2005