Precisamos de muitos voluntários sociais
As associações humanitárias
não podem ser paliativos para as injustiças que precisam ser subsanadas em
suas estruturas. Os voluntários devem reconhecer o quanto de bom, de justo e de eficaz realizou-se até agora nos campos da beneficência, da solidariedade, da justiça e da caridade por movimentos que marcaram a História através de exemplos impressionantes de entrega de si mesmos e da criação de obras que testemunham a exemplariedade de sua conduta. O trabalho dos voluntários sociais não pode ser uma “moda” para suprir a falta de convocatória de outras instâncias políticas, sociais, ou religiosas; nem para encobrir os erros, as injustiças e a exploração dos pobres por parte dos ricos - dos povos empobrecidos do Sul pelos interesses econômicos do Norte. O voluntariado é um fenômeno sociológico que nasce de uma exigência contra toda forma de discriminação e marginação por causa da raça, sexo, crença, cultura, situação econômica, idade ou idéias políticas, participando em algum projeto de solidariedade dentro de alguma organização humanitária de experiência contrastada. É possível se comprometer perante o testemunho de pessoas comuns que sabem reservar algumas horas de seu tempo para servir aos demais, acima de tudo, aos mais necessitados, ao “próximo” da esquina, que está ao nosso redor. As associações humanitárias que assumiram sua responsabilidade de servir aos mais fracos, não podem se transformar em protagonistas da ação, mas em cooperadores nesta tarefa que cabe a todos. Também não cabe um Estado de Providencia com pretensões de regular a tudo. Nem é imaginável uma sociedade utópica que caminhe a margem das instituições públicas com grupos de pressão que transtornem a ordem social desejada pelos cidadãos. (Existem associações que desenvolvem projetos sustentáveis por voluntários sociais que querem trabalhar com os mais necessitados: de anciões a crianças, de doentes terminais a internos, de imigrantes a presos, de droga-adictos a aidéticos, dos que padecem de algum tipo de descapacidade até os que a sociedade marginaliza em qualquer de suas formas.) O que os move é uma solidariedade autêntica que trabalha em busca da justiça e da concórdia, com plena gratuidade, sem buscar nada em troca, nem impor um modelo de desenvolvimento ou concepção de vida que possa desarraigá-los de suas tradições e de seus sinais de identidade. É a pessoa humana, em sua comunidade e em seu ambiente, o que os move a servir-lhes em seu desenvolvimento pessoal autêntico, integral e equilibrado. |
José Carlos Gª Fajardo
Este artículo fue publicado en el Centro de Colaboraciones Solidarias (CCS) el 13/12/2004