Uma ordem internacional mais justa           
 

Jeffrey Sachs, renomado professor de economia internacional em Harvard, colocou sua sabedoria e experiência a serviço de uma ordem econômica internacional mais justa que a atual - regida pela lei do mais forte e controlada pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial, e que ocasiona perigosas injustiças sociais cada vez mais difíceis de se controlar.
Sachs propõe um novo mapa do mundo, que supere a divisão entre capitalistas e comunistas, assim como a insustentável classificação entre países desenvolvidos e outros em via de desenvolvimento. Em vias de qual desenvolvimento, se o primeiro mundo mantém seus níveis de consumo graças à exploração das matérias-primas dos povos empobrecidos do sul, que necessitariam de um impossível 5º mundo para poder explorá-lo e assim alcançar os níveis que lhes propõem as instituições de Bretton Woods?
A menor parte da Humanidade, cerca de 15%, um bilhão de seres, fornece quase o total da inovação tecnológica. Existe uma segunda parte, uns três bilhões de pessoas, que não inovam, mas que utilizam a tecnologia para produzir o que consomem e para fabricar produtos que outros necessitam. Finalmente, há uns dois bilhões de pessoas que não podem utilizar as conquistas tecnológicas do mundo moderno.
O professor Sachs desenvolveu algumas propostas para que, em nosso jovem século XXI, a inovação não seja o patrimônio de apenas 15 % de uma humanidade inter-relacionada globalmente, mas que seus benefícios alcancem a todos.
Reconheceu os progressos realizados pelos países africanos e colocou-os como exemplo de esperança para aqueles que ainda são necessários para inserir o continente em uma economia global. Mas lamentou-se pelas poucas oportunidades que o mundo das finanças tem disponibilizado à África em forma de investimentos duradouros, porque se os países têm que contar só com suas próprias forças, a tarefa será mais dura e os riscos incalculáveis.

José Carlos Gª Fajardo

Este artículo fue publicado en el Centro de Colaboraciones Solidarias (CCS) el 3/01/2005